quarta-feira, 26 de maio de 2010

RETRATOS DA ÁFRICA DO SUL - PROGRAMAÇÃO "TORCIDA SESC COPA 2010"





A luta é a minha vida. Continuarei a lutar pela
liberdade até o fim de meus dias.  Nelson Mandela

Faltam poucos dias para a Copa do Mundo 2010. A África do Sul, país sede, está eufórica. Será um evento muito importante para o mundo, mas para os africanos será um grande momento de recuperar o orgulho. Uma ótima oportunidade para mostrar toda a sua cultura, beleza e capacidade de vencer as lutas. Há uma grande expectativa.

A África do Sul sofreu com um dos mais tristes acontecimentos da história da humanidade que foi o regime de segregação racial, conhecido como apartheid.

Apartheid significa “vidas separadas”.

Este sistema de governo vigorou até o ano de 1990, quando da libertação de Nelson Mandela, preso desde 1964 por lutar contra o regime segregacionista. Em 1994, Mandela assumiu a presidência da África do Sul, tornando-se o primeiro presidente negro do país.

Com estas imagens tento contar um pouco de histórias e testemunhar o cotidiano de africanos da cidade de Joanesburgo, em especial ao bairro de Soweto, local conhecido como foco de resistência na época do apartheid.

Local: Espaço Cultural do Sesc de Londrina 
Rua Fernando de Noronha, 264 - Tel.: 3378-7800

Data: 02 de junho a 11 de julho.2010

Fotos: walter ney

sábado, 15 de maio de 2010

GUARDADORES DE CABRAS



 Com estas fotos,  que fiz na fria manhã de ontem, impossível não lembrar do belíssimo "Poema(s) da Cabra", do poeta João Cabral de Melo Neto:

[...O núcleo de cabra é visível
por debaixo de muitas coisas.
Com a natureza da cabra
outras aprendem sua crosta.

Um núcleo de cabra é visível
em certos atributos roucos
que têm as coisas obrigadas
a fazer de seu corpo couro.

A fazer de seu couro sola,
a armar-se em couraças, escamas:
como se dá com certas coisas
e muitas condições humanas.

Os jumentos são animais
que muito aprenderam com a cabra.
O nordestino, convivendo-a,
fez-se de sua mesma casta.

O núcleo de cabra é visível
debaixo do homem do Nordeste.
Da cabra lhe vem o escarpado
e o estofo nervudo que o enche.

Se adivinha o núcleo de cabra
no jeito de existir, Cardozo,
que reponta sob seu gesto
como esqueleto sob o corpo.

E é outra ossatura mais forte
que o esqueleto comum, de todos;
debaixo do próprio esqueleto,
no fundo centro de seus ossos.

A cabra deu ao nordestino
esse esqueleto mais de dentro:
o aço do osso, que resiste
quando o osso perde seu cimento...]

Leia o poema completo:
http://www.releituras.com/joaocabral_menu.asp



Fotos: walter ney